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Segundo Halliday, a língua é um sistema para produzir significados. A perspectiva funcionalista do linguista leva em consideração, nos estudos sobre a linguagem, um conjunto de situações comunicativas na qual ocorre um processo linguístico. Esse conjunto de situações comunicativas corresponde aos interlocutores, às condições de produção e à dinâmica do ato comunicativo, enfim.
A identidade na comunicação se constrói pelas relações que estabelecemos com os outros e com o meio em que vivemos, por meio do desempenho de papéis em eventos sociais.
Ao desempenharmos os papéis num evento de fala, nós nos colocamos como sujeitos desse evento, dividindo-nos em tipos diversos de pessoas e categorias sociais. Halliday formulou um esquema, em que, de acordo com sua concepção, as funções básicas da comunicação se dividem da seguinte forma:
a) ideacional - a linguagem tem como finalidade a manifestação de conteúdos que estejam ligados à experiência que o falante possui do mundo concreto, real ou de seu universo subjetivo, interior;
b) interpessoal – a linguagem é mantenedora das relações sociais, com a finalidade de expressar papéis sociais na qual haja contato entre dois ou mais indivíduos;
c) textual – a linguagem estabelece vínculos com ela mesma e está ligada às características da situação em que é usada. Nessa função, o indivíduo – falante ou escritor – é capaz de criar textos, enquanto o ouvinte ou leitor consegue distinguir um texto de um conjunto aleatório de frases. A função textual é, pois, um instrumento das outras duas, já que sempre o ato comunicativo necessita da elaboração de discursos.
Essas três funções se combinam e se atualizam simultaneamente nas cláusulas, estruturando assim o contexto conversacional, equilibrando o ato de fala em representação (ideacional), troca (interpessoal) e mensagem (textual).